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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

EPISÓDIOS II
Como vão os seus ossinhos?

Meia noite e treze.
Acabara de ser despachada pelo namorado que, sonolento, não lhe dera trela ao telefone.
Nada do sono.
Escuro.
Matuta com seus botões o que pode fazer e aí lembra-se de uma amiga e pensa que, como dizem por aí, amigos são pra essas coisas mesmo, inclusive para compartilhar a insônia.
Procura o número daquela a quem apelidou “carinhosamente” de Vaca Tetuda no celular e disca, pouco se importando com o horário ou com a possibilidade de acordá-la.
- Alô (um alô meio desconfiado).
- E aíííí! Tô com insônia.
Obviamente, levando-se em conta que a pessoa do outro lado não estava dormindo, o que se seguiu a essa frase foram risos.
Papo vai, papo vem, entram naquele assunto.
- Como vão os ossinhos do seu pescoço?
- Vão bem, felizes!
- Mas eu não entendi bem que ossos são esses. São esses abaixo do queixo? Onde tem um buraco?
- Isso! Eu não os sentia antes! E tem mais: agora eu sinto a minha coluna! E os ossinhos perto da barriga.
- Mais? Vaca Tetuda, eu nunca reparei nesses ossos. Deixa eu ver. São esses, assim, meio que na cintura? Indo pra virilha?
- Isso!
- Ah, tô sentindo! Tô sentindo! Nossa, que emoção! Você está me fazendo sentir ossos que eu nunca tinha sentido!
Risos e mais risos.
- Olha, pensando bem, essa conversa está meio lésbica. Essa coisa aí de ficar fazendo eu sentir os meus ossinhos. Você aí, me conduzindo e eu aqui, debaixo das cobertas, semi-nua, passando a mão pelo corpo em busca de ossinhos desapercebidos.
- É, você tem razão, vamos mudar de assunto. Hum. Você não está com sono?
- O que? Você por acaso está me despachando?
- Nãããão, eu não quis ser indelicada.
- Ah, tudo bem (superior), eu tô com sono sim. Até amanhã.
- Até.

Priscila Bonatto

Um comentário:

Priscila Tonon Ramos disse...

eu não comentei nesse
enfim, a parte dos ossinhos foi muito colorida
HSUAHSUHAUSHUAHS
mas quando estiver sem sono e quiser ligar de novo...
HSUAHUSHAHSA